segunda-feira, 20 de julho de 2015

ENTRE DOIS MUNDOS




Ao passar por uma loja de departamentos no Shopping, me deparei com uma daquelas enormes telas de para lá de 50`Full HD. A imagem era surreal, impressionante! Parecia de outro mundo e só de olhar, não queria sair dali.
De fato, creio ser exatamente essa a impressão proposta. Em que poucos podem desfrutar de um mundo privilegiado e que a maioria só o verá através das grandes telas, se claro; puderem possuir. É o mundo dos “ricos” se contrapondo ao mundo dos “pobres”. 

No mundo dos ricos a felicidade é plena; com viagens, compras, saúde a vento e polpa, família unida e, sem qualquer necessidade de Deus. Já o mundo dos pobres é de todo o contrário; muita ralação, apertos, crises, problemas familiares e, muita, muita necessidade de Deus. É assim a visão de muitos no mundo. Para esses, há dois mundos.


Há um recado para os que insistem em achar que os dois mundos que existem, são os mencionados à cima. Foi no encontro de Jesus e um alto oficial do rei. História descrita no Evangelho de João 4.46-54. Quando tudo parecia para este oficial que o seu mundo era perfeito; sem crise, sem sufoco, sem precisar recorrer a Deus. Até que seu filho adoece, e este, se vê completamente desprovido de poder fazer algo em favor do filho que tanto ama.
Sabedor que Jesus estava de volta para Cana da Galiléia, este alto oficial do rei sobe de sua cidade Cafarnaum, para rogar a Jesus que rápido desça a sua casa, antes que seu filho morra. 

Ora, havia um oficial do rei, cujo filho estava doente em Cafarnaum. Tendo ouvido dizer que Jesus viera da Judéia para a Galiléia, foi ter com ele e lhe rogou que descesse para curar seu filho, que estava à morte”. (v.46b-47)

UM MUNDO QUE SE DESFAZ.

As circunstâncias vividas por este grande oficial, mais pareciam que o “seu mundo”, tão perfeito e controlado por ele, tinha despencado por completo! Cafarnaum ficava há uns 30 km de distância de Caná da Galiléia. Pela gravidade da enfermidade, ele não pôde levar seu filho até Jesus. O que é pior; ele sabia que restavam poucas horas de vida para o filho que tanto amava. É a ironia para àqueles que vivem achando que por sua riqueza, fama ou qualquer outro recurso em abundância, conseguem viver sem Deus.
Jesus afirma que, o que  impressionava mais o alto oficial, era o que lhe saltava aos olhos. Coisas grandiosas, impressionantes, de grande requinte e valor! Ele esta completamente enganado.

Então, Jesus lhe disse: Se, porventura, não virdes sinais e prodígios, de modo nenhum crereis”. (v.48)

Os sinais e prodígios é o que tem traído e atraído a muitos! Os milagres de Jesus, no entanto, não eram um fim em si mesmo. Jesus não veio a este mundo, para andar sobre as águas; transformar água em vinho; multiplicar pães e peixes; curar os enfermos ou expelir os atormentados de alma.
Embora tendo feito todas estas coisas, a finalidade de Jesus ter vindo ao mundo não foi para "saltar aos olhos" consumistas, materialistas ou qualquer outro desejo artificialmente pessoal. Sua finalidade é sublime e superior a tudo. Sua finalidade é apresentar a existência de dois mundos. Sim! O mundo de Deus se contrapondo ao mundo dos homens! Não o mundo dos ricos se contrapondo ao mundo dos pobres, como a maioria acredita e busca insanamente por isso por toda ávida.

UM MUNDO DE MILAGRES.

Contrariando as expectativas desse alto oficial do rei, Jesus não segue suas ordens ou atende a seu pedido. Mesmo considerando a gravidade e urgência por traz de tal encontro. Jesus apenas diz: “teu filho vivo”. (v.50)
Sem poder persuadir a Jesus, o homem volta para a sua cidade apenas trazendo uma palavra: “teu filho vive...;  teu filho vive...; teu filho vive”. E assim, ele é apresentado ao mundo de Jesus, o mundo dos milagres. Que no mundo de Deus os milagres seguem a agenda natural do dia. Nada de espanto. Mas, no mundo dos homens, mundo da incredulidade e negação de Deus, um simples milagre se torna grandioso.

Que grande milagre Jesus operou, não é verdade? 

Jesus rompeu a distância de 30 km entre Caná e Cafarnaum; Jesus curou a distância, não impôs as mãos; Jesus impediu o fim trágico de uma criança em estado terminal! E, tudo por meio de uma frase: “teu filho vive”. 
(vv.50, 53c)

Já ele descia, quando os seus servos lhe vieram ao encontro, anunciando-lhe que o seu filho vivia. Então, indagou deles a que hora o seu filho se sentira melhor. Informaram: Ontem, à hora sétima a febre o deixou. Com isto, reconheceu o pai ser aquela precisamente a hora em que Jesus lhe dissera: Teu filho vive; e creu ele e toda a sua casa”. (vv.51-53)

UM MUNDO DE GRAÇA.

O mais interessante na história, é que o aparente não é o objeto em questão. De nada valeu a riqueza, prestígio ou influência do alto oficial do rei, para que Jesus atendesse ao que este pediu. Jesus não desceu com ele para a sua casa. Também o motivo que o levou até Jesus, não foi alvo do grande milagre que Jesus realizou naquele dia e hora, na vida daquele homem. 
Não era a enfermidade do seu filho o que estava realmente em questão. Mas, a enfermidade do seu próprio coração em relação ao amor de Deus.
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”. (Efésios 2.8-9)

UM MUNDO DIFÍCIL DE SER PERCEBIDO.

Indo para casa, o homem encontra com seus servos que subiam para trazer-lhe grande nova! A nova que seu filho estava curado. O oficial do rei indagou qual teria sido a hora, que o menino ficara livre da febre. Ao saber que por volta da hora sétima, convencido ficou que era com precisão, a hora que Jesus disse: “teu filho vive” (vv. 50, 53).
Algo para pensar seriamente...
Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento”. I Timóteo 6.17

É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus”. Marcos 10.25

As dificuldades pelas quais o “mundo dos ricos” deixe de existir são reais e advertidas nas Escrituras. Por isso, o objetivo de Jesus foi focar muito mais do que simplesmente a cura física; passageira e puramente efêmera. Seu objetivo foi o de alcançar o coração daquele alto oficial do rei, que até então, não tinha percebido ser ele o alvo da graça de Deus. 
E quanto a enfermidade do menino? Digo que no plano redentivo, foi apenas um meio. Assim como a travessia do Mar Vermelho, a queda de Jericó, o Dilúvio e todos os grandes milagres que conhecemos. Tudo tem como objetivo alcançar corações.

"Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito". Romanos 8.28

E mais...

Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”. João 20.31

Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”. Mateus 11.28
 
Jesus ofereceu descanso para uma alma aflita e afligida. Sem conhecer a Jesus, os prazeres, riquezas e todas as demais coisas, não mais lhe falavam ao coração. 

Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele”. I João 4.9

A HORA DE ENTRAR NO MUNDO DE DEUS.

Teria sido à sétima hora, a hora da cura ou a hora da conversão do pai do menino?
Bem! Tudo depende de qual milagre você esteja mirando ou considera como sendo o mais iportante.
Mas, a pergunta também pode ser dirigida a você: qual será a sua hora de entrar no mundo de Deus, através da salvação de Jesus? Ele já faz morada em sua vida?

Lição: Não é nem sensato nem suficiente ir até Jesus apenas para aliviar o sofrimento causado por enfermidades/bens/sentimentos desfeitos deste mundo.

CONCLUSÃO
Em sua casa, o alto oficial do rei reuniu os seus: esposa, filho e creio que até os empregados; e lhes conta tudo que o Senhor Jesus lhe falou: “teu filho vive”. Ele era o filho de deus que naquele momento estava revivendo para a salvação.